A língua portuguesa enfrenta um desafio significativo no avanço da inteligência artificial generativa, devido à predominância do inglês na criação de modelos e protocolos tecnológicos. Durante a Cúpula Inteligência Artificial para o Bem, realizada em Genebra, o conselheiro de inteligência artificial para a saúde da União Internacional de Telecomunicações, Simão Campos, destacou a necessidade de fortalecer a presença do português nesse campo.
Ele ressaltou que, embora existam riscos associados a essa nova tecnologia, é essencial que os países lusófonos adotem uma postura proativa. Campos afirmou que a inteligência artificial pode trazer benefícios consideráveis, especialmente na tradução e interpretação de idiomas, facilitando o entendimento entre diferentes comunidades lingüísticas. O Brasil e Portugal já estão se destacando nesse cenário com iniciativas como os chatbots Ipezinho e Evaristo, que operam exclusivamente na língua portuguesa.
Além disso, a capacidade de codificar línguas locais ainda não escritas representa uma oportunidade única para a diversidade cultural dentro da lusofonia. Segundo Campos, há uma necessidade urgente de investimento em dados e modelos que se concentrem na língua portuguesa, visto que apenas uma pequena fração dos conteúdos da internet é produzida nesse idioma.
O potencial do português no âmbito da inteligência artificial é vasto, e profissionais da área são desafiados a desenvolver soluções que atendam às especificidades linguísticas dos países lusófonos. Se a tendência de desenvolvimento tecnológico continuar a favorecer o inglês, será crucial que os falantes de português trabalhem em conjunto para garantir que sua língua não fique para trás nessa nova era digital.
Origem: Nações Unidas