O governo da Espanha está impulsionando um anteprojeto de lei que, em vez de estimular a inovação em inteligência artificial (IA), impõe restrições severas e regulações excessivas que podem prejudicar o desenvolvimento tecnológico no país. Enquanto nações como os Estados Unidos e a China competem ativamente no avanço da IA, o novo regulamento espanhol parece criar barreiras que desencorajarão tanto investimentos quanto empresas do setor.
O ministro da Transformação Digital e da Função Pública, Óscar López, defendeu a medida com a justificativa de que a IA pode ser utilizada tanto para melhorar a vida das pessoas quanto para atacar a democracia. Contudo, essa visão ignora que o futuro da economia global está intimamente ligado ao progresso tecnológico e que grandes potências estão investindo bilhões de euros neste campo.
O anteprojeto estabelece práticas proibidas, como a manipulação subliminar, a classificação biométrica, os sistemas de pontuação social e a inferência emocional em ambientes empresariais e educacionais. Essas restrições parecem não apenas ser desnecessárias, mas também impraticáveis, em um mercado onde a tecnologia de IA já é amplamente utilizada por gigantes como Google e Microsoft.
Ademais, o novo quadro legal prevê multas exorbitantes que podem chegar a 35 milhões de euros ou 7% do faturamento para empresas que não cumprirem com estas normas. Enquanto outros países oferecem incentivos para fomentar a pesquisa em IA, a Espanha se opõe a essa tendência, ameaçando falsas promessas de progresso com multas severas e um complexo labirinto regulatório.
Por fim, o governo também opinou sobre a criação de “sandboxes” para testes de IA, que na prática pode se revelar uma nova camada de burocracia, exigindo que as empresas passem por longos processos de aprovação por comitês governamentais antes de avançarem com quaisquer inovações.
Se essa legislação for aprovada conforme está, a Espanha poderá se tornar um mero consumidor de IA, sem capacidade para competir no cenário global. As startups e os talentos da área tecnológica terão que enfrentar um emaranhado de regulações que não só atrasarão o avanço da tecnologia, mas também provocarão a fuga de cérebros e investimentos para países com ambientes mais favoráveis à inovação.