O número de ações próprias nos balanços das empresas listadas no IBEX 35® sofreu uma significativa redução de 34% em 2024, totalizando 579 milhões de títulos, o menor valor em cinco anos. Esse fenômeno é atribuído principalmente ao histórico aumento nas amortizações de ações. As empresas adotam essa estratégia como forma de retribuir os acionistas e ajustar sua estrutura financeira, conforme relatado pelo mais recente relatório do Serviço de Estudos da BME.
Apesar da diminuição no número de ações em autocartera, o valor de mercado dessas ações cresceu 8,9%, impulsionado pela valorização do IBEX 35®, atingindo a cifra de 7.237 milhões de euros. Este montante representa cerca de 1% da capitalização total do índice. As empresas que se destacam em termos de autocartera incluem ArcelorMittal, com 9,8% de seu capital, seguida pela ACS e Amadeus, com 6,2% e 3,1%, respectivamente.
O crescimento das amortizações de ações foi expressivo, alcançando 15.359 milhões de euros no ano passado, um recorde histórico e um aumento de 20,4% em relação a 2023. Os bancos desempenharam um papel fundamental nesse aumento, alocando 5.458 milhões para recompra de ações, um incremento de 25% em comparação ao ano anterior.
Esse método de retribuição ao acionista ganhou popularidade na Bolsa espanhola desde 2021. Entre janeiro de 2022 e junho de 2025, foram amortizadas ações no valor de quase 47.338 milhões de euros, superando os aproximadamente 32.000 milhões do período de dez anos anterior.
Entretanto, apesar do crescimento nas amortizações de ações, o pagamento de dividendos continua a ser a forma preferida de retribuição pelas empresas. No primeiro semestre de 2025, foram distribuídos 21.280 milhões de euros em dividendos, representando um aumento de 8,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior.