As negociações sobre a conservação da biodiversidade, que tiveram início em 2024 em Cali, na Colômbia, serão retomadas nesta terça-feira em Roma, Itália. A continuidade da 16ª reunião da Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP16) ocorre após a suspensão do encontro anterior por falta de quórum na fase final das discussões.
A nova rodada será realizada na sede da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Segundo Kaveh Zahedi, diretor de Clima, Biodiversidade e Meio Ambiente da FAO, o principal objetivo da conferência é definir diretrizes para a conservação e uso sustentável da biodiversidade nos próximos anos, abordando a questão tanto em uma perspectiva global quanto em níveis nacional e local. Ele destacou que a biodiversidade é fundamental para a produtividade, resiliência e sustentabilidade dos sistemas agroalimentares, sendo essencial para a segurança alimentar a longo prazo.
Zahedi também enfatizou que a reunião desempenha um papel crucial na garantia da base financeira necessária para implementar o Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal, que se configura como o maior acordo internacional sobre a conservação da fauna e flora.
Apesar do impasse nas negociações anteriores, a conferência realizada na Colômbia resultou em um acordo histórico sobre o compartilhamento de benefícios provenientes da exploração de informações genéticas do patrimônio natural. Os governos concordaram em criar o “Fundo de Cali”, que será alimentado com uma porcentagem dos lucros gerados por empresas que utilizam esses recursos genéticos, como indústrias farmacêuticas, de biotecnologia e agrícolas. Essa iniciativa visa beneficiar países em desenvolvimento, povos indígenas e comunidades locais.
Nesta nova etapa em Roma, uma das prioridades será a mobilização de recursos financeiros destinados à biodiversidade, com a ambição de garantir US$ 200 bilhões anualmente até 2030. Além disso, os participantes discutirão a diminuição de incentivos que prejudicam a conservação, visando uma redução de pelo menos US$ 500 bilhões por ano até o mesmo ano. Os delegados também buscam estabelecer um instrumento de financiamento global para a biodiversidade, a fim de enfrentar a fragmentação atualmente observada nas iniciativas de financiamento. A melhoria das ações de planejamento e monitoramento de acordos internacionais, assim como dos indicadores nacionais, também são tarefas que permanecem sem conclusão.
Origem: Nações Unidas