O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em Portugal, que prevê a construção de 59.000 casas até 2030, tem gerado controvérsia entre especialistas do setor habitacional. Avelino Oliveira, presidente da Ordem dos Arquitetos (OA), aponta que esse número é insuficiente para enfrentar a grave crise da habitação que afeta o país. Oliveira destaca que são necessárias 150.000 novas habitações para realmente solucionar o problema, enfatizando que apenas 2% das residências atuais são de habitação pública, bem abaixo da média europeia de 8%.
O arquiteto também ressalta que, das 59.000 casas previstas, apenas cerca de 14.000 serão construídas como habitação nova. O restante, aproximadamente 75%, corresponde a bairros sociais existentes que passarão por reabilitação. Essa revelação levanta questões sobre a efetividade do plano e se ele realmente terá o impacto desejado sobre a oferta de moradia adequada no país, que continua a enfrentar disparidades significativas no acesso à habitação.
Em uma análise mais detalhada, Oliveira explica que as 26.000 casas inicialmente mencionadas fazem parte de uma estratégia municipal de habitação, relacionada a estudos das necessidades habitacionais das famílias e mapeamento de áreas necessitando de intervenção. Dessa forma, a maior parte da proposta do PRR parece se concentrar na requalificação de espaços já habitados, o que pode não ser suficiente para resolver a emergência habitacional que muitos cidadãos portugueses enfrentam atualmente.
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