O Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal registou um crescimento de 1,9% em 2024, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) a 30 de janeiro. Este resultado supera as previsões do Governo, que estimava uma expansão de 1,8%, e confirma a resiliência da economia nacional num contexto global marcado por desafios financeiros e geopolíticos.
O principal fator que impulsionou o crescimento foi o consumo das famílias, refletindo o aumento da confiança dos consumidores e a melhoria do rendimento disponível.
O Primeiro-Ministro Luís Montenegro destacou o desempenho da economia através da rede social X (antigo Twitter), onde afirmou que o país está «a crescer para garantir melhores salários e salvar o Estado Social». Acrescentou ainda que a estabilidade financeira e política são essenciais para impulsionar um ciclo de investimento e criação de riqueza.
Perspectivas para 2025: crescimento de 2,1%
O Ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, reforçou a importância do desempenho económico de 2024 ao afirmar que os números do quarto trimestre foram significativamente positivos, o que sustenta uma previsão de crescimento para 2025 de 2,1%.

Miranda Sarmento destacou ainda que o Governo mantém como meta a obtenção de excedentes orçamentais de 0,4% do PIB em 2024 e de 0,3% em 2025, consolidando a disciplina fiscal e a credibilidade das contas públicas.
No entanto, o Ministro alertou para o impacto das medidas aprovadas pela oposição no Orçamento do Estado, que, segundo ele, reduzem a margem de manobra do Governo para implementar as suas políticas económicas.
«Se nos deixarem cumprir o nosso programa, o que não tem sido fácil, a economia portuguesa tem condições para começar a crescer mais do que cresceu nos anos anteriores, em valores próximos de 3%», afirmou.
Desafios e oportunidades no cenário económico
Embora os indicadores apontem para um fortalecimento da economia em 2025, Miranda Sarmento alertou para um cenário de incerteza, principalmente devido às condições da política monetária, que já não beneficia das taxas de juro zero que facilitaram o crescimento em anos anteriores.
A aposta do Governo passa por manter a estabilidade macroeconómica e criar condições para atrair investimento e reforçar o crescimento sustentado, garantindo melhores condições de vida para os portugueses e fortalecendo a competitividade do país no panorama europeu.