As mulheres representam metade da população mundial, mas apenas 26% das vozes e imagens nos noticiários são femininas, de acordo com um estudo recente do Projeto de Monitoramento da Mídia Global, apoiado pela ONU Mulheres. Este levantamento, que analisa a representação de gênero na mídia, mostra que, apesar das promessas feitas em conferências internacionais, como a de Pequim, houve um crescimento apenas de 9% na autonomia feminina nas últimas três décadas.
A pesquisa revela que a situação é ainda mais preocupante para as mulheres jovens, que se sentem invisíveis nos canais de notícias. Além disso, matérias que abordam a violência de gênero, que afeta metade da população, também são escassas, aparecendo em menos de 2% das notícias analisadas.
Kirsi Madi, vice-diretora-executiva da ONU Mulheres, reafirma que a mídia deve refletir a realidade, sendo essencial para um mundo democrático e justo. Apesar de um cenário desolador, o relatório aponta que 41% dos repórteres em mídias tradicionais são mulheres, uma melhoria desde 1995, evidenciando que jornalistas femininas tendem a incluir mais vozes femininas em suas matérias.
Entretanto, a predominância masculina nas vozes de autoridade ainda persiste, com mulheres frequentemente apresentadas como testemunhas, e não como especialistas. As conclusões do estudo, que ressaltam a estagnação do progresso, servem como um chamado à ação por parte de governos e plataformas de notícias. A ONU Mulheres destaca que, para alcançar a igualdade de gênero na mídia, é imprescindível uma reflexão crítica e a responsabilização das instituições envolvidas.
Origem: Nações Unidas