O Regime Especial de Grupos de Entidades (REGE) surge como um mecanismo fiscal estratégico, projetado para otimizar a gestão do Imposto sobre o Valor Añadido (IVA) entre empresas vinculadas. Este regime oferece a possibilidade de uma administração tributária mais eficiente, além de melhorar o fluxo de caixa das entidades participantes e reduzir a carga tributária. Para se integrar a esse modelo, é essencial que as empresas atendam a critérios específicos, como serem empresários ou profissionais sujeitos ao IVA e a estrutura de grupo empresarial com entidades financeiramente interligadas, sendo que a empresa dominante deve ter controle superior a 50% sobre as dependentes.
Um exemplo prático do funcionamento do REGE pode ser observado em uma holding que fabrica equipamentos industriais e suas filiais, que se especializam na comercialização desses produtos. Essa relação permite a compensação interna dos saldos de IVA entre as entidades, resultando em uma redução significativa das obrigações fiscais e uma melhoria da liquidez das empresas envolvidas. O regime ainda propicia uma simplificação nos processos de apresentação fiscal, utilizando modelos específicos que minimizam a carga administrativa.
Para que uma empresa possa se beneficiar do REGE, é necessário seguir um processo formal que abrange a aprovação interna de cada entidade participante e a comunicação dessa decisão à Agência Tributária. Além disso, as empresas devem se comprometer com um período mínimo de permanência de três anos, o que assegura o cumprimento das normas e evita possíveis sanções fiscais. O REGE oferece duas modalidades de aplicação — básica e avançada — que se adaptam às necessidades específicas de cada grupo empresarial, permitindo a compensação do IVA sem impactar a base tributável das operações e ajustes para aquelas que possuem deduções parciais desse imposto.
Embora a adesão ao Grupo de IVA apresente várias vantagens, uma preparação fiscal meticulosa é essencial para maximizar os benefícios associados a esse regime. Entre as práticas recomendadas, está a avaliação prévia da viabilidade fiscal do grupo, a manutenção de uma contabilidade clara e a consulta com profissionais especializados em assessoria fiscal. Essa gestão adequada não só garante o cumprimento das obrigações tributárias, mas também fortalece a posição financeira geral das empresas participantes, conferindo-lhes uma vantagem competitiva significativa no mercado.