A ONU Mulheres está intensificando esforços para combater a violência digital e proteger milhões de mulheres e meninas em todo o mundo. A agência destacou que, de acordo com o Banco Mundial, menos de 40% dos países contam com legislações que oferecem proteção legal contra o assédio cibernético, o que deixa cerca de 1,8 bilhão de mulheres vulneráveis a abusos online. A violência digital abrange uma variedade de ataques, desde intimidação e divulgação de conteúdo íntimo sem consentimento até ameaças de morte.
Um foco especial da ONU Mulheres é a crescente utilização de campanhas de desinformação para silenciar e intimidar mulheres em posições de liderança, especialmente na política e no jornalismo. Relatos indicam que uma em cada quatro jornalistas globais recebeu ameaças de violência física, refletindo um ambiente hostil que busca silenciar vozes femininas. A diretora-executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, alertou que o abuso online frequentemente se traduz em violência na vida real, destacando a necessidade urgente de ações efetivas e legislação mais robusta.
A campanha “16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero”, que começa em 25 de novembro e se estende até 10 de dezembro, visa unir governos, empresas e a sociedade civil para fortalecer as leis que envolvem crimes digitais e responsabilizar aqueles que perpetraram abusos. A iniciativa inclui recursos para apoiar políticas públicas e formação para legisladores e forças policiais, destacando a necessidade de um combate mais intenso à impunidade.
Embora alguns países estejam avançando com legislações recentes, ainda existem lacunas significativas. A ONU Mulheres apontou que, apesar do aumento dos relatos de esforços para combater a violência digital, os sistemas jurídicos muitas vezes não conseguem acompanhar as rápidas mudanças tecnológicas. Além disso, o uso crescente da inteligência artificial para perpetrar abusos complicou a responsabilização dos agressores.
A ONU Mulheres reafirmou a importância de uma colaboração global mais eficaz para garantir que as plataformas digitais operem dentro de padrões éticos e de segurança, além de recomendar que as empresas de tecnologia aumentem a presença feminina em suas equipes para criar um ambiente online mais seguro. Com iniciativas como a “Agir para acabar com a violência contra mulheres e meninas”, financiada pela União Europeia, a luta por justiça e segurança para mulheres e meninas continua a ganhar impulso.
Origem: Nações Unidas





