O acesso à habitação continua a ser um grande obstáculo à autonomia dos jovens em Portugal e Espanha, de acordo com estudos recentes divulgados pela mediadora imobiliária Century 21. As pesquisas revelam que os altos preços das casas, juntamente com rendimentos insuficientes e a escassez de imóveis acessíveis, são fatores que dificultam significativamente a emancipação dos jovens nesses países. Em Portugal, apenas um em cada três jovens acredita que conseguirá comprar uma casa nos próximos anos, enquanto em Espanha, quase 50% dos jovens na faixa etária de 20 a 40 anos consideram que levarão entre cinco e 15 anos para realizar esse sonho.
Os dados apontam também para desigualdades geracionais profundas, conforme destacado por Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal e Espanha. Ele menciona que, embora exista uma forte vontade de sair de casa, o sistema atual não está preparado para atender a essas necessidades, resultando em uma “geração adiada”. Em Portugal, 65% dos jovens não independentes planejam emancipar-se nos próximos dois anos, mas a maioria enfrenta dificuldades financeiras que os obrigam a optar por arrendamentos ou partilhas, como é o caso de 46% dos jovens espanhóis que preferem compartilhar moradia.
Para melhorar a situação, Sousa defende a implementação de um novo paradigma habitacional que considere o custo de vida acessível como um todo, e não apenas o preço das casas. Segundo ele, a questão da habitação deve ser articulada com fatores como transporte, energia e qualidade de vida. Apesar de incentivos do Estado para a compra da primeira casa, apenas 24% dos jovens portugueses consideram esses apoios suficientes. A estratégia, para ele, deve incluir medidas que promovam a mobilidade urbana e estabilidade no emprego, crucial para a autonomia e independência da nova geração.
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