Inundações devastadoras no sul da Ásia, incêndios florestais extremos na América do Norte e ondas de calor sem precedentes na Europa evidenciam a aceleração das mudanças climáticas e a necessidade urgente de ação política. Diante desse cenário alarmante, o secretário-geral da ONU, António Guterres, convocou uma cúpula climática na Semana de Alto Nível da Assembleia Geral, que terá lugar em Nova Iorque, com o intuito de instar os países a revisarem suas metas climáticas antes da COP30, programada para novembro em Belém, Brasil.
Em entrevista à ONU News, o presidente da COP30, André Correa do Lago, expressou as expectativas do Brasil em relação aos compromissos que deverão ser assumidos pelos países durante a cúpula. Ele enfatizou a importância das nações se comprometerem a reduzir emissões até 2035, ressaltando que as discussões continuarão em Belém.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, também comentou sobre a preocupação com a morosidade de alguns países em apresentar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Silva destacou que, até agora, apenas 37 países apresentaram seus planos e que a eficácia da COP30 dependerá de um maior número de compromissos, alinhados com o objetivo de limitar o aumento da temperatura global.
A cúpula que ocorre esta semana tem um caráter decisivo, reunindo chefes de Estado e líderes de diversas esferas, que serão convocados a assumir compromissos concretos e novos planos climáticos. De acordo com Guterres, as ações atuais são insuficientes, com um número reduzido de países atualizando suas NDCs. As projeções atuais indicam um modesto corte de 2,6% nas emissões até 2030, muito aquém da redução necessária de 43% para limitar o aquecimento global a 1,5°C.
A urgência é reforçada por dados que indicam que 2024 será o ano mais quente já registrado, com temperaturas médias alcançando 1,6 °C acima dos níveis pré-industriais. Enquanto os investimentos em energia limpa superaram US$ 2 trilhões, o futuro da luta climática depende da capacidade de transformar essas tendências em ações concretas e efetivas.
A Cúpula do Clima serve como um precursor da COP30 e é reconhecida pela ONU como um momento que poderá moldar o futuro das negociações climáticas e a luta pela justiça ambiental, além da proteção das florestas e promoção de energias renováveis. A realização de avanços significativos nesta cúpula será fundamental para o sucesso da conferência em Belém.
Origem: Nações Unidas

