As agências humanitárias da ONU emitiram um alerta nesta sexta-feira sobre as consequências devastadoras da guerra no Sudão, que assola as crianças do país. Com mais de dois anos de conflito civil, aproximadamente 25 milhões de pessoas enfrentam fome aguda, e cerca de 20 milhões estão precisando urgentemente de serviços de saúde.
O Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) revelou que cerca de 13 milhões de crianças em idade escolar estão fora da sala de aula. Dentre elas, 7 milhões estão matriculadas, mas não frequentam as aulas devido à violência e ao deslocamento, enquanto outras 6 milhões nunca foram inscritas. Apesar da crise, 45% das escolas, quase 9 mil, reabriram, mostrando a importância da educação para ajudar essas crianças a lidarem com o trauma.
Nos últimos meses, mais de 2 milhões de pessoas retornaram às suas casas em diversas localidades, incluindo Aj Jazirah e Cartum. A Organização Internacional para Migrações (OIM) informou que a maior parte dos retornos foi de deslocamentos internos, evidenciando a fragilidade da situação e o número elevado de refugiados.
Entre os casos que refletem essa tragédia, destaca-se o de Aysha Jebrellah, uma menina de 18 meses internada com desnutrição aguda no Hospital Pediátrico de Porto Sudão. Sua mãe, Aziza, relatou que após contrair febre e diarreia, Aysha parou de comer, levando a mãe ao desespero. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que seu apelo de US$ 135 milhões para atender as necessidades de saúde no Sudão está apenas 20% financiado, enfatizando a urgente necessidade de apoio internacional para salvar vidas.
Origem: Nações Unidas