O Conselho de Segurança da ONU promoveu, nesta sexta-feira, um debate crucial sobre as ameaças à paz e à segurança internacional, centrando-se nas crescentes tensões entre Rússia e Polônia. A subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, expressou sua preocupação em relação aos relatos de drones militares russos que supostamente violaram o espaço aéreo polonês.
DiCarlo afirmou que suas observações se baseiam em informações disponíveis publicamente e que as Nações Unidas não possuem capacidade para verificar as alegações referentes ao incidente. No dia 10 de setembro, a Polônia notificou o Conselho de Segurança sobre a incursão de 19 drones russos em seu espaço aéreo, destacando que alguns desses dispositivos foram abatidos preventivamente, representando a primeira ação militar direta da Polônia e seus aliados da Otan para neutralizar uma ameaça.
Os drones causaram danos em áreas residenciais e provocaram o fechamento de quatro aeroportos significativos, além do desvio de voos. Apesar dos danos materiais, não houve relatórios de vítimas. As autoridades polonesas informaram que alguns drones puderam ter entrado pelo espaço aéreo da Bielorrússia, enquanto o Ministério da Defesa bielorrusso alegou que os objetos voadores foram desviados pelas defesas ucranianas.
Após o incidente, o governo polonês impôs restrições ao tráfego aéreo nas regiões do país que fazem fronteira com a Bielorrússia e a Ucrânia. Enquanto isso, as autoridades russas enfatizaram que não tinham a intenção de atingir qualquer alvo em território polonês, apesar de reconhecerem um “ataque massivo” contra a infraestrutura de defesa ucraniana nas regiões ocidentais da Ucrânia.
DiCarlo alertou para a importância de que os países ajam com responsabilidade, evitando ações ou retóricas que possam intensificar ainda mais as tensões já alertadas. Ela lembrou que o incidente ocorreu em meio a ataques contínuos e em larga escala com mísseis e drones russos contra a Ucrânia, com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, relatando que, na noite de 9 para 10 de setembro, a Rússia lançou um total de 415 drones e mais de 40 mísseis balísticos, resultando em vítimas civis, incluindo ao menos uma morte. A alta funcionária da ONU reiterou o apelo por um cessar-fogo urgente e incondicional na região.
Origem: Nações Unidas