Nesta sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU debateu a crise intensificada pelo conflito na República Democrática do Congo (RD Congo) e a atuação da Missão da ONU no país, a Monusco. O subsecretário-geral para as Operações de Manutenção de Paz, Jean-Pierre Lacroix, caracterizou a situação na região como “um momento crítico”, ressaltando a urgência de ações para criar condições que permitam à missão desempenhar adequadamente seu papel.
Lacroix enfatizou a importância de proteger os civis e atender às crescentes expectativas sobre o apoio da Monusco aos esforços de paz. Ele fez um apelo aos Estados-membros do Conselho para que assegurassem a disponibilização de recursos necessários à missão, especialmente após a tomada da cidade de Uvira, na província do Kivu do Sul, por grupos rebeldes. O dirigente mencionou o avanço de facções como AFC e M23, que supostamente recebem apoio das Forças de Defesa de Ruanda.
A escalada militar surge em um contexto delicado, apenas dias após a assinatura dos Acordos de Washington entre Ruanda e a RD Congo. Recentes confrontos entre forças congolesas, burundesas e milícias locais resultaram em consideráveis perdas humanas e destruição de infraestrutura, exacerbando o deslocamento de populações para países vizinhos como Burundi e Ruanda.
O presidente internacional da ONG Médicos Sem Fronteiras, Javid Abdelmoneim, se juntou à reunião do Conselho e pediu uma resposta mais eficaz à crise, destacando a vulnerabilidade das instalações de saúde e dos profissionais da área. Ele relatou que ambulâncias foram impedidas de operar sob ameaças de armas, enquanto grupos armados invadiam hospitais e aterrorizavam pacientes e funcionários. A devastação do sistema de saúde foi classificada como alarmante, resultando em atrasos significativos no atendimento e milhares de pessoas sem cuidados médicos adequados.
O Escritório das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários estima que mais de meio milhão de pessoas foram deslocadas devido ao agravamento do conflito desde o início de dezembro, destacando a gravidade da situação humanitária no país.
Origem: Nações Unidas






