Pelo menos 12,2 milhões de crianças foram mortas, mutiladas ou deslocadas em conflitos no Oriente Médio e Norte da África nos últimos dois anos, de acordo com dados recentes. Durante esse período, cerca de 20 mil crianças perderam a vida devido à violência das guerras na região, o que equivale a um menor deslocado a cada cinco segundos e um morto ou mutilado a cada 15 minutos. O total de crianças mutiladas ultrapassa a marca de 400 mil.
Edouard Beigbeder, diretor regional do Unicef para o Oriente Médio e Norte da África, destacou que metade das 220 milhões de crianças que vivem na região está em países afetados por conflitos. Ele enfatizou que a situação não pode piorar ainda mais e que acabar com a violência em nome das crianças é uma urgência que não pode ser ignorada.
Hoje, cerca de 110 milhões de menores enfrentam a violência diariamente, carregando cicatrizes psicológicas que podem perdurar por toda a vida, enquanto suas casas, escolas e centros de saúde foram devastados. O Unicef estima que pelo menos 45 milhões de crianças precisarão de assistência humanitária somente neste ano, marcando um aumento de 41% desde 2020.
Além disso, a agência enfrenta grandes déficits de financiamento em suas operações na região, com a Síria exibindo uma lacuna de 78% e os Territórios Palestinos com 68% de déficit em suas demandas para 2025. Essa situação pode levar a uma redução significativa nos programas essenciais de saúde, incluindo o tratamento de desnutrição e vacinação contra doenças mortais.
O Unicef reiterou seu apelo para que todas as partes cessem os conflitos e respeitem o direito internacional, pedindo também que os Estados-membros influentes ajudem a promover a paz e a proteção das crianças. A análise foi elaborada a partir de dados documentados sobre casos de crianças afetadas desde setembro de 2023 em diversos países da região, incluindo Irã, Israel, Líbano, Sudão, Síria e Iémen.
Origem: Nações Unidas