Seis capacetes azuis foram mortos e outros oito ficaram feridos em ataques com drones que atingiram no último sábado a base logística das Nações Unidas em Kadugli, Sudão. Todos os membros mortos pertenciam ao contingente de Bangladesh da Força de Segurança Interina das Nações Unidas para Abyei, região rica em petróleo situada entre o Sudão e o Sudão do Sul, que tem sido objeto de disputas desde a separação dos dois países em 2011.
Kadugli, capital do estado de Cordofão do Sul, tem sido cenário de confrontos intensificados entre as Forças Armadas do Sudão e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF), em um conflito que se arrasta há quase três anos. O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou os ataques com drones, os quais classificou como “horríveis” e “injustificáveis”, além de expressar suas condolências ao governo e ao povo de Bangladesh, assim como às famílias dos militares falecidos.
Guterres enfatizou que ataques contra forças de paz podem ser considerados crimes de guerra segundo o direito internacional, lembrando a todos os envolvidos no conflito sobre a obrigação de proteger o pessoal da ONU e os civis. Ele reiterou a necessidade urgente de um cessar-fogo duradouro e um processo político inclusivo que envolva os próprios sudaneses.
O chefe do Departamento de Operações de Paz da ONU, Jean-Pierre Lacroix, também manifestou seu choque diante do ataque e ressaltou que “as forças de paz da ONU não são um alvo”. Desde sua criação em 2011, a Unisfa tem como mandato fortalecer a capacidade do Serviço de Polícia de Abyei, monitorar a retirada de grupos armados e facilitar a entrega de ajuda humanitária, além de proteger civis em uma área marcada pela violência e pela instabilidade política. Atualmente, a missão conta com quase 4 mil militares e policiais da ONU, além de funcionários civis.
Origem: Nações Unidas






