O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, manifestou, nesta quarta-feira, sua preocupação com a situação crítica na Faixa de Gaza, que continua a experimentar um sofrimento generalizado. Em suas declarações, Turk rejeitou a ideia de que a “Linha Amarela” estabelecida por Israel dentro do território represente uma nova fronteira, sublinhando que essa demarcação tem contribuído para novos deslocamentos e aumentos na violência.
Essas observações vieram à tona após a recente adoção da Resolução 2803, 2025, pelo Conselho de Segurança da ONU, que busca implementar um plano abrangente para encerrar o conflito na região. Apesar da diminuição do derramamento de sangue, o alto comissário ressaltou que a violência ainda persiste, enfatizando que o ambiente continua sendo marcado por sofrimento, perda e um medo diário incomensurável.
Relatórios da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (Unrwa) indicam que as mudanças nas estruturas ao redor da “Linha Amarela” têm gerado novas ondas de deslocamentos entre a população. Dados das autoridades de saúde de Gaza revelam que desde a vigência do cessar-fogo, 360 palestinos perderam a vida e 922 ficaram feridos, com 617 corpos recuperados debaixo dos escombros.
Os ataques registrados, muitos deles concentrados nas proximidades da “Linha Amarela”, atingiram não apenas civis, mas também edifícios residenciais e abrigos que hospedam deslocados. Turk destacou ainda a grave crise de saúde mental enfrentada pela população de Gaza, ressaltando que praticamente todos, especialmente as crianças, estão traumatizados com as experiências de violência e deslocamento.
Em alusão ao Dia Internacional dos Direitos Humanos, o alto comissário expressou sua preocupação com os “níveis sem precedentes” de ataques israelenses contra palestinos, reiterando a urgência de ações concretas para proteger os direitos humanos em Gaza.
Origem: Nações Unidas






