O Fórum dos Mutuários foi destacado como um importante passo na reformulação da arquitetura da dívida internacional, com apoio da ONU e uma presença significativa no documento final do Acordo de Sevilha. A ministra do Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Egito, Rania Al-Mashat, expressou otimismo ao afirmar que “isso não é apenas conversa, mas sim execução”, ressaltando que o novo mecanismo oferece uma estratégia concreta para enfrentar os desafios da dívida.
A secretária-geral da ONU para Comércio e Desenvolvimento, Rebeca Grynspan, observou que os países em desenvolvimento, ao negociar, geralmente o fazem isoladamente, em vez de se unirem. Ela enfatizou que ter “voz” implica não só em poder falar, mas também em moldar resultados. Atualmente, de acordo com dados alarmantes, 3,4 bilhões de pessoas residem em países onde os gastos com dívidas superam os investimentos em saúde e educação.
O Fórum integra uma das 11 recomendações do Grupo de Peritos sobre Dívida, sugerindo a troca de experiências, suporte técnico e jurídico, além da promoção de práticas responsáveis na concessão de empréstimos. Em um ambiente marcado por propostas do Sul Global, o ministro das Relações Exteriores da Zâmbia, Mulambo Haimbe, destacou que a iniciativa pode fomentar “parcerias de longo prazo, respeito mútuo e responsabilidade compartilhada”.
Porém, o resultado da Conferência não foi isento de críticas. Vários grupos da sociedade civil consideraram o documento final um retrocesso e uma oportunidade perdida para uma reforma significativa da dívida, necessária para apoiar as nações em desenvolvimento. Jason Braganza, do Fórum e Rede Africana sobre Dívida e Desenvolvimento, argumentou que as reformas propostas ficaram abaixo do ideal.
Por outro lado, iniciativas como as “trocas de dívida por clima” foram vistas com ceticismo. Líderes da sociedade civil manifestaram preocupações de que essas soluções não garantem o espaço fiscal necessário para os países em desenvolvimento enfrentarem a crise econômica.
Adicionalmente, em um esforço para fortalecer o sistema de saúde global, a Espanha anunciou a Iniciativa de Ação Global para a Saúde, alocando € 315 milhões entre 2025 e 2027, em uma tentativa de enfrentar as lacunas de acesso aos serviços de saúde.
Origem: Nações Unidas