Investigadores chineses e russos alcançam novo marco na computação científica
Pesquisadores da China e da Rússia anunciaram um importante avanço no campo da computação científica ao desenvolver um novo algoritmo que pode aumentar o desempenho das GPUs da NVIDIA em até 800 vezes em tarefas de simulação e modelagem de materiais. Este feito, impulsionado pela Universidade MSU-BIT de Shenzhen, representa um salto exponencial na eficiência computacional, permitindo a realização de cálculos complexos em uma fração do tempo anteriormente necessário.
O novo algoritmo baseia-se na otimização computacional da peridodinâmica (PD), uma técnica utilizada em engenharia estrutural, mecânica e aeroespacial para analisar a propagação de fraturas e danos em materiais. Historicamente, a peridodinâmica enfrentou grandes barreiras em termos de consumo de recursos computacionais, exigindo até então supercomputadores com milhares de processadores, o que limitava sua aplicabilidade em setores onde a velocidade de processamento é crucial.
Com a nova tecnologia, que utiliza a arquitetura CUDA da NVIDIA, o time de pesquisa conseguiu otimizar o uso de memória e a execução de cálculos em paralelo, resultando em um aumento de desempenho sem precedentes. Entre os resultados obtidos, destaca-se um aumento de 800 vezes em comparação com programas seriais convencionais, além de simulações de milhões de partículas completadas em apenas 5 minutos.
Este avanço não apenas reduz drasticamente os tempos de processamento, mas também abre portas para simulações em tempo real, facilitando o desenvolvimento de materiais inovadores e aplicações avançadas em áreas como aeronáutica e defesa.
Embora o algoritmo tenha sido desenvolvido com hardware da NVIDIA, a intenção final dos pesquisadores é aplicá-lo em suas próprias arquiteturas, como as GPUs da Huawei, permitindo que China e Rússia alcancem desempenhos similares aos do hardware ocidental e diminuam sua dependência de processadores dos Estados Unidos. Esse movimento pode ser considerado um marco na competição global pela supremacia tecnológica, principalmente em um cenário em que restrições comerciais têm limitado o acesso a tecnologias avançadas.
A inovação representa um passo significativo em direção à independência tecnológica desses países, enfatizando que a otimização de software pode ser tão crucial quanto o desenvolvimento de hardware de ponta. Nos próximos anos, é esperado que esses avanços sejam aplicados em outros campos, como inteligência artificial, biomedicina e simulação climática, consolidando ainda mais seu impacto na comunidade científica e tecnológica global.
Este desenvolvimento não apenas redefine o desempenho das GPUs em computação científica, mas também pode alterar o equilíbrio tecnológico mundial, criando novos desafios para a indústria ocidental.