China Aumenta Inversión en Inteligência Artificial em Resposta à Rivalidade com os EUA
Em um momento de crescente rivalidade tecnológica, a China está se preparando para investir até 98 bilhões de dólares em inteligência artificial (IA) até 2025, um aumento de 48% em relação ao ano anterior, de acordo com um relatório do Bank of America. Este movimento solidifica a estratégia de Pequim para competir diretamente com os Estados Unidos na corrida tecnológica do século XXI.
A abordagem dos dois países é marcadamente distinta: enquanto os Estados Unidos priorizam o desenvolvimento de chips avançados e hardware para IA, a China opta por uma enorme injeção de recursos em infraestrutura, centros de dados e energias renováveis, além de apoiar seus gigantes tecnológicos por meio de investimentos estatais.
Do total previsto, 56 bilhões de dólares virão de fundos públicos, enquanto 24 bilhões de dólares serão investidos por principais empresas tecnológicas como Alibaba, Tencent e ByteDance. O governo, inclusive, planeja colaborar com operadoras de telecomunicações e emitir títulos especiais para fortalecer a infraestrutura digital.
Matty Zhao, co-diretor de análise do Bank of America, destaca que a China está utilizando uma de suas maiores fortalezas: o planejamento estatal de longo prazo. "Com o bloqueio de chips imposto pelos EUA, o governo reagiu de maneira pragmática, investindo em estrutura," afirmou Zhao.
O sucesso da startup DeepSeek, com sede em Hangzhou, que desenvolveu modelos geradores de linguagem eficientes, acendeu um entusiasmo renovado pela IA na China. Como resultado, Alibaba anunciou um investimento de 53 bilhões de dólares em infraestrutura de IA e Tencent quadruplicou seu gasto.
Diferente dos Estados Unidos, onde as investimentos estão focados em semicondutores, a China busca intensificar sua rede de centros de dados e aumentar sua capacidade energética, lançando um plano de ação para coordenar a construção de centros de dados junto a fontes de energia limpa.
Entretanto, as sanções dos Estados Unidos impediram a China de acessar chips de última geração, o que levou empresas como a Huawei a focar em desenvolver alternativas locais.
Nos EUA, a resposta vem por meio do “Projeto Stargate”, proposto por Donald Trump, que prevê até 500 bilhões de dólares em infraestrutura de IA. Ele planeja anunciar um relatório com medidas para fortalecer a IA no dia 23 de julho, em um evento que ressalta a competitividade da nação.
Neste cenário, a corrida pela liderança em IA não é apenas uma questão de supremacia tecnológica, mas envolve aspectos de capacidade energética, soberania digital e modelos de inovação que influenciarão as próximas décadas. Com ambos os países apresentando forças e fraquezas, a batalha pela inteligência artificial se torna cada vez mais concreta, refletida em enormes investimentos e avanços na infraestrutura global.