As Nações Unidas realizaram um encontro de alto nível na segunda-feira para discutir o Plano Global de Ação contra o Tráfico de Pessoas, com foco em medidas eficazes para combater essa grave violação dos direitos humanos. Durante a reunião, a presidente da Assembleia Geral da ONU, Annalena Baerbock, alertou que o tráfico humano continua a prosperar devido a fatores como pobreza, instabilidade política e o uso crescente de novas tecnologias, que permitem que redes criminosas ampliem seu alcance.
Baerbock enfatizou a necessidade de um fortalecimento das legislações que criminalizam todas as formas de tráfico, além de uma proteção mais robusta para migrantes e deslocados. A dirigente sublinhou que as respostas devem estar alinhadas com a realidade do “novo fronte digital”, onde a criminalidade se adapta usando inteligência artificial, deepfakes e plataformas encriptadas.
A Organização Internacional para Migrações (OIM) aproveitou a ocasião para lançar em Genebra a campanha global “Qualquer um pode ser uma vítima”, que tem como objetivo amplificar as vozes de sobreviventes e mobilizar esforços em todo o mundo contra a exploração. A diretora-geral da OIM, Amy Pope, ressaltou o impacto devastador do tráfico, que “destrói escolhas, direitos e futuros”, destacando que a proteção não deve se restringir ao momento em que a exploração cessa.
Com cerca de 50 milhões de pessoas vivendo sob trabalhos forçados, exploração sexual e casamentos forçados, as estatísticas são alarmantes, especialmente para mulheres e meninas, que compõem a maioria das vítimas. O aumento do tráfico para trabalho forçado e para atividades criminosas online é uma preocupação crescente que exige uma resposta coordenada de governos, setor privado e sociedade civil.
Annalena Baerbock conclamou os países a modernizar suas leis, fortalecer a cooperação internacional e garantir que as vítimas não sejam penalizadas por crimes cometidos sob coerção. A ONU reafirmou que proteger sobreviventes, punir traficantes e eliminar as condições que alimentam o tráfico são responsabilidades globais que não podem ser adiadas. Adaptar-se às novas realidades e agir de forma contundente parece ser o caminho para transformar compromissos em ações efetivas no combate a esse crime global.
Origem: Nações Unidas






