Portugal enfrenta um verão de extremos, com ondas de calor que têm deixado marcas profundas na saúde da população. De acordo com a Direção-Geral da Saúde, houve um aumento de 69 mortes por excesso de calor entre 27 de junho e 2 de julho. Os especialistas alertam que a situação, já recorrente, se agrava ano após ano. Carlos Câmara, climatologista, destacou que as condições atuais são “muitíssimo mais complicadas” em comparação com anos anteriores.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera revelou que junho foi um mês excepcionalmente quente e seco, com temperaturas médias 2 °C acima do normal. A cidade de Mora alcançou 46,6 °C, estabelecendo um novo recorde nacional para este mês. As noites também têm sido insuportáveis, com Portalegre registrando mínimos de 31,5 °C.
Luís Mestre, meteorologista amador, compartilha que as temperaturas elevadas têm tornado a noite um momento de desconforto, dificultando o descanso. Ele ressalta a importância de fornecer informações em tempo real sobre as condições meteorológicas para que as pessoas possam se proteger adequadamente.
As autoridades de saúde recomendam precauções, especialmente para os mais vulneráveis. O calor extremo é visto como uma ameaça crescente à saúde pública, com a Organização Mundial da Saúde alertando para mais de 175 mil mortes anuais na Europa devido a essas condições.
Além disso, as ondas de calor estão se tornando mais frequentes e intensas, especialmente na Europa Mediterrânea. Um fenômeno de cúpula de calor, afetando várias regiões do continente, exacerba os desafios que Portugal enfrenta. As projeções para o restante do verão indicam um aumento das temperaturas, com riscos significativos para a saúde pública.
Carlos Câmara enfatizou a necessidade de ações para mitigar as emissões de gases de efeito estufa e adaptar as infraestruturas às novas condições climáticas. Ele alertou que a lentidão das mudanças pode ser incompatível com a urgência que as circunstâncias atuais exigem.
Enquanto isso, as recomendações das autoridades continuam a ser essenciais: evitar sair durante as horas mais quentes, manter as casas frescas e garantir uma hidratação adequada, adotando cuidados especiais com idosos e crianças. A necessidade de conscientização sobre a seriedade da situação climática é mais premente do que nunca.
Origem: Nações Unidas