O fluxo de ajuda que chega a Gaza foi classificado como “totalmente insuficiente” para combater a fome, segundo o porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Thameen Al-Kheetan. Em uma coletiva de imprensa em Genebra, ele apontou que essa situação é resultado direto da política do governo israelense de bloquear a assistência humanitária.
Recentemente, as autoridades israelenses permitiram que apenas quantidades mínimas de ajuda entrassem na região, muito aquém do necessário para evitar uma crise alimentar generalizada. Dados da ONU revelam que, apenas nesta segunda-feira, foram registradas mortes relacionadas à fome na Faixa de Gaza, afetando até mesmo crianças.
O Exército de Israel intensificou suas operações no norte de Gaza, emitindo ordens de deslocamento para os moradores, muitos dos quais foram encaminhados à área de Al-Mawasi. Al-Kheetan descreveu a situação em Al-Mawasi como “desastrosa”, com constante risco de ataques aéreos e o deslocamento de pessoas sem acesso a serviços essenciais, como água, comida e eletricidade.
O porta-voz alertou que a busca por ajuda humanitária pode se tornar uma questão de vida ou morte, com números alarmantes: 1.857 palestinos perderam a vida enquanto buscavam comida desde o início da operação da Fundação Humanitária de Gaza, que foi militarizada e começou a operar em maio. Desses, 1.021 foram mortos perto dos pontos de distribuição e 836 em rotas de caminhões de suprimentos.
Além disso, Al-Kheetan criticou a divulgação de um vídeo onde o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, aparece provocando o líder palestino Marwan Barghouti em uma prisão. O porta-voz declarou que tal comportamento é “inaceitável” e constitui um atentado à dignidade de Barghouti, ressaltando que o direito internacional exige que todos os detidos sejam tratados com respeito e humanidade.
A situação em Gaza continua a deteriorar-se, levantando preocupações sérias sobre o bem-estar da população e a necessidade urgente de acesso a ajuda humanitária.
Origem: Nações Unidas