O Banco de Portugal (BdP) anuncia que irá propor ao Governo uma revisão da legislação que regula os intermediários de crédito, com o objetivo de aumentar a transparência e a lealdade em relação aos clientes. A medida surge em resposta à preocupação de que esses intermediários atuam de forma opaca, favorecendo algumas instituições bancárias em detrimento dos consumidores. Atualmente, existem mais de 6.000 intermediários de crédito registrados no país, que têm a função de apresentar propostas de empréstimos aos consumidores, mas muitas vezes acabam limitando as opções oferecidas.
Durante uma convenção em Lisboa, o diretor do Departamento de Supervisão Comportamental do BdP, Ricardo Sousa, destacou que a maioria dos intermediários trabalha predominantemente com apenas um ou dois bancos, o que pode levar os clientes a acreditar que estão fazendo a melhor escolha. A proposta do BdP inclui a obrigatoriedade de que os intermediários apresentem simulações de crédito de todos os bancos com os quais trabalham, melhorando assim a comparação para o consumidor. Além disso, a transparência sobre as remunerações recebidas pelos intermediários também será uma prioridade.
O presidente da Associação Nacional de Intermediários de Crédito Autorizados (ANICA), Tiago Vilaça, e representantes da Deco, associação de defesa do consumidor, expressaram apoio às iniciativas do BdP e ressaltaram a importância da transparência para construir confiança no setor. Uma abordagem equilibrada será necessária para atender às necessidades de consumidores, reguladores e intermediários, uma vez que o Governo e o parlamento serão responsáveis por implementar as alterações propostas ao regime jurídico.
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