O aumento da inteligência artificial torna a infraestrutura um assunto estratégico
Com o crescimento exponencial da inteligência artificial (IA), a infraestrutura se tornou um ponto estratégico para as empresas que buscam otimizar seus modelos de aprendizado. Treinar modelos fundacionais, ajustar LLMs (Modelos de Linguagem de Grande Escala) multilíngues e assegurar inferências de baixa latência não são decisões que se reduzem apenas a comandos simples. O efeito depende da execução dos trabalhos, da localização dos dados e do software ou hardware utilizado entre as GPUs e o framework.
Diante desse cenário, uma questão recorrente nos comitês de arquitetura se destaca: “bare metal ou virtualização para IA?” A resposta, muitas vezes complexa, convida a uma análise profunda de desempenho, eficiência, isolamento, operação e custos em diferentes cenários.
Rendimentos favoráveis ao bare metal
A infraestrutura atual da IA é bem conhecida e envolve GPUs com HBM (Memória de Alta Largura de Banda), interconexões (como NVLink/NVSwitch), CPUs para pré e pós-processamento, redes como InfiniBand e armazenamento NVMe. Cada camada adicional entre o código e a GPU pode introduzir latência e ineficiências.
Utilizar bare metal, ou seja, hardware sem hipervisores, oferece acesso direto ao equipamento. Isso permite uma gestão mais eficiente e afinação precisa de aspectos como topologia e afinidade entre CPU e GPU, favorecendo especialmente o treinamento distribuído e fine-tuning intensivo, que se beneficiam de maior estabilidade e desempenho.
Latências: a batalha dos milissegundos
No que diz respeito à interconexão entre GPUs, a eficiência pode ser comprometida com topologias menos que ideais. Centrais em operações de all-reduce, o uso de redes com baixa latência é crucial. Embora hipervisores modernos ofereçam soluções para contornar alguns desses desafios, a virtualização ainda pode adicionar complexidade na operação.
Custos: além do preço por hora
As análises indicam que bare metal frequentemente permite um tempo de resultado mais ágil e um custo por trabalho reduzido, especialmente em tarefas onde as GPUs são o gargalo. Por outro lado, a virtualização pode ser vantajosa em termos de aproveitamento e flexibilidade, embora venha acompanhada de riscos de custos adicionais se o overhead se tornar elevado em cargas específicas.
Para as empresas que desejam explorar essa nova era da IA, a decisão entre bare metal e virtualização não é trivial. Medir os custos, incluindo energia e desempenho, pode oferecer uma visão mais clara do que é mais vantajoso para cada cenário específico.
Conclusão
A integração da IA na infraestrutura organizacional exige uma análise cuidadosa das opções disponíveis. Enquanto bare metal parece oferecer vantagens claras em termos de desempenho e estabilidade, a virtualização oferece flexibilidade e facilidade operacional. Em última análise, o futuro da IA em 2025 não será apenas sobre mais GPUs, mas sobre como transformar watts em valor com eficiência e precisão.

