O quadro de insegurança alimentar global permanece alarmante, conforme apontado na avaliação recente do Banco Mundial. De acordo com o levantamento, cerca de 61,6 milhões de pessoas na África Oriental enfrentam desafios graves relacionados à falta de alimentos, enquanto quase 50 milhões de indivíduos nas regiões ocidental e central do continente estão sob ameaça de insegurança alimentar.
As causas desse preocupante cenário incluem não apenas os conflitos em curso e as mudanças climáticas, mas também fatores econômicos que têm complicando ainda mais a situação. O Banco Mundial destaca que a inflação dos preços dos alimentos continua elevada em diversos países de baixa renda. Dados coletados entre outubro do ano passado e janeiro deste ano revelam que 73,7% das nações desse grupo apresentam uma inflação superior a 5%.
Além disso, ao analisar a situação de 164 países com dados disponíveis, foi identificado que, em 56% deles, o aumento dos preços dos alimentos superou a inflação geral. Nos últimos meses, o índice de preços agrícolas registrou uma alta de 3%, enquanto o das exportações subiu 6%. Os preços dos principais alimentos têm apresentado variações, com o milho subindo 3% e o trigo 5%, por outro lado, o arroz apresentou uma queda de 10%. Em comparação a janeiro de 2020, o preço do milho aumentou 27%.
No que diz respeito ao financiamento do setor alimentício, observa-se que apenas 3% do total investido em desenvolvimento é destinado à área de alimentos, enquanto 33% dos recursos no campo humanitário concentram-se em ajuda alimentar.
O último relatório das “Perspectivas Econômicas Globais do Banco Mundial” alerta sobre uma estagnação econômica contínua, prevendo um crescimento global de apenas 2,7% até 2026. Embora esse crescimento possa sugerir certa estabilidade, é insuficiente para significativas reduções na pobreza ou avanços na mitigação da insegurança alimentar e nutricional nos países de baixa renda. O documento também ressalta que a alta inflação, o aumento das dívidas e as interrupções no comércio estão intensificando a insegurança alimentar entre as populações mais vulneráveis do planeta.
Origem: Nações Unidas