O número de pessoas vivendo em situação de sem-abrigo em Portugal alcançou a marca de 14.476 em 31 de dezembro de 2024, representando um aumento de 10% em relação a 2023, quando foram registrados 13.128 casos. Este crescimento também é de 23% comparado a 2022, conforme relatado por Henrique Joaquim, coordenador da Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo. Apesar do aumento, Joaquim destaca que este é o menor crescimento anual desde 2018, sugerindo que algumas das medidas implementadas na estratégia nacional começam a mostrar resultados.
Entre as iniciativas que têm contribuído para essa melhora estão os projetos de ‘housing-first’ e de habitação partilhada, que garantem acesso à moradia permanente sem exigir contrapartidas, como reabilitação ou tratamento de dependências. Segundo Joaquim, entre 80% e 90% das pessoas atendidas por esses programas conseguem manter a estabilidade habitacional, com uma taxa de reincidência significativamente reduzida. Ele afirma que, após seis meses a um ano, mais de 60% dos participantes continuam a viver de forma autônoma, o que evidencia a eficácia do modelo ‘housing-first’.
A nova estratégia do governo, voltada para o período de 2026 a 2030, visa diversificar e expandir esses programas para mais municípios e áreas metropolitanas, contando com o suporte do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O governo planeja aumentar o número de vagas e aprimorar as condições nos Centros de Alojamento Temporário, com um orçamento de 4 milhões de euros destinado a apoiar instituições que ofereçam essas respostas. Henrique Joaquim ressalta, no entanto, que o aumento no número de sem-abrigo se deve a fatores estruturais como a crise habitacional e o desemprego, além de uma maior capacidade de diagnóstico das equipes de apoio.
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