A Assembleia Geral da ONU realizou uma cerimônia especial em Nova Iorque para marcar o 30º aniversário do genocídio em Srebrenica, evento que ecoou memórias dolorosas e a busca incessante por justiça. O secretário-geral António Guterres destacou, em sua mensagem, que a morte de 8 mil homens e adolescentes bósnios-muçulmanos, em 1995, constitui a mais grave atrocidade ocorrida na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Guterres recordou que, em julho de 1995, o Exército Sérvio-Bósnio tomou o controle de Srebrenica, uma região que havia sido designada como área segura pela ONU. Durante esta incursão, milhares de homens e meninos foram brutalmente assassinados, enquanto cerca de 25 mil mulheres, crianças e idosos foram forçados a deixar suas casas, como parte de uma estratégia cuya finalidade era eliminar a população muçulmana da região.
O secretário-geral prestou homenagem às vítimas e reforçou a importância do movimento das Mães de Srebrenica, que lutam incansavelmente pelo reconhecimento e pela Justiça em relação a esse genocídio.
Durante seu discurso, Guterres também abordou o preocupante aumento do discurso de ódio e a negação de crimes históricos, enfatizando a necessidade de defender a verdade e a justiça. Ele apelou para que a lembrança do genocídio sirva como um sinal de alerta para toda a humanidade, reiterando o compromisso em evitar que tais atrocidades se repitam.
Em uma recente votação, a Assembleia Geral aprovou a resolução que institui o dia 11 de julho como Dia Internacional de Reflexão e Memória do Genocídio de Srebrenica, um esforço conjunto apoiado pela Alemanha e Ruanda. Esta resolução não apenas condena a negação do genocídio, mas também exige que o tema seja incluído nos currículos escolares, promovendo a educação como uma ferramenta fundamental para garantir que crimes semelhantes nunca mais aconteçam.
Origem: Nações Unidas