O relatório “Estado do Clima na África 2024”, divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta segunda-feira, revela que a década atual é a mais quente para o continente africano desde o início dos registros. No ano passado, a temperatura da superfície do mar alcançou níveis recordes, exacerbando os impactos das mudanças climáticas. O estudo destaca que fenômenos como El Niño contribuíram para a ocorrência de cheias devastadoras e secas severas, afetando cerca de nove milhões de pessoas no Malawi.
A OMM também aponta que 2024 é possivelmente o ano mais quente na África, com temperaturas médias cerca de 0,86°C acima da média histórica de 1991 a 2020. No norte do continente, esse aumento chegou a impressionantes 1,28°C. O relatório enfatiza a urgência de investimentos em infraestrutura para melhorar os serviços meteorológicos, especialmente considerando que as altas temperaturas oceanográficas prejudicaram ecossistemas marinhos e intensificaram tempestades tropicais.
Os efeitos das mudanças climáticas estão se tornando cada vez mais evidentes, com secas severas no sul da África e chuvas volumosas no leste, resultando em milhares de deslocados e centenas de mortos. No oeste e no centro, inundações devastadoras também afetam a vida de milhões de pessoas, com países como Nigéria, Camarões e Chade entre os mais impactados.
Celeste Saulo, secretária-geral da OMM, ressalta a necessidade de uma ação coletiva imediata para enfrentar os desafios climáticos que o continente enfrenta. Em resposta, muitos países estão implementando sistemas de alerta precoce e utilizando tecnologias digitais, como aplicativos de celular e inteligência artificial, para fornecer informações meteorológicas e apoiar agricultores e pescadores. Esses avanços podem ser cruciais para aumentar a resiliência das comunidades diante das adversidades climáticas.
Origem: Nações Unidas