A Apple avança em direção à independência com a criação de seus próprios modems
A relação entre a Apple e a Qualcomm está chegando ao fim. A empresa de Cupertino, liderada por Tim Cook, anunciou sua intenção de abolir o uso de modems 5G da Qualcomm até março de 2027, data em que o atual contrato entre as duas empresas expira. Essa decisão pode resultar em uma perda superior a 5,7 bilhões de dólares anuais em receitas para a Qualcomm, um impacto significativo no setor de conectividade móvel.
O lançamento do iPhone 16e, que já conta com o modem C1, marca o início dessa transição. Desenvolvido pela Apple, este modem superou em testes de velocidade e eficiência as soluções da Qualcomm. Segundo previsões, a participação da Qualcomm nos modelos de iPhone deve cair drasticamente, passando de 70% em 2023 para apenas 20% em 2026, até desaparecer completamente em 2027.
Cristiano Amon, CEO da Qualcomm, minimizou a situação em um recente pódcast, afirmando que há “demasiado dramatismo” em torno da relação da empresa com a Apple. Amon reconheceu que a não renovação do contrato já está sendo planejada com novas oportunidades de negócios em áreas como automação conectada, Internet das Coisas (IoT) e chips para servidores com inteligência artificial.
Com o desenvolvimento do modem C2 já em andamento, espera-se que a Apple continue sua estratégia de controle sobre os componentes críticos de seus produtos, seguindo os passos dados com os chips Apple Silicon. Essa independência tecnológica não apenas melhora a eficiência energética, mas também diminui a dependência de terceiros em um ambiente geopolítico instável.
A saída da Apple do ecossistema da Qualcomm representa não apenas uma mudança econômica, mas também um marco simbólico na indústria de semicondutores. A crescente autonomia da Apple sinaliza um novo paradigma, onde grandes integradores tecnológicos cada vez mais buscam soluções personalizadas e otimizadas para seus produtos.
Resta saber como essa transição impactará a Qualcomm no mercado global. Apesar dos esforços de diversificação, a perda de um cliente tão importante como a Apple apresenta desafios significativos. A batalha pela soberania tecnológica continua, agora, em um chip.