AMD Atinge 50% de Mercado em Processadores para Servidores, Desafiando Intel na Era da Inteligência Artificial
Em um fenômeno inesperado há apenas uma década, a AMD alcançou a impressionante marca de 50% de participação no mercado de processadores para servidores, igualando e, em alguns casos, superando a Intel. Os dados mais recentes da PassMark revelam que a linha EPYC, desenvolvida sob a liderança de Lisa Su, conquistou a confiança de grandes empresas e fornecedores de infraestruturas em nuvem.
A linha EPYC, conhecida por seu desempenho por watt, escalabilidade e custos competitivos, encontrou seu espaço num cenário de demanda crescente por computação, impulsionado pela ascensão da inteligência artificial generativa e da analítica de dados.
De Irrelevância a Líder em 8 Anos
Em 2017, a AMD detinha apenas 2% do mercado de CPUs para servidores. A virada aconteceu com a introdução dos primeiros processadores EPYC “Naples”, que, desde então, se sucederam em inovações como Milan, Genoa e a recente Venice, utilizando tecnologia de 2 nanômetros da TSMC. A matriz de crescimento da AMD é incomum: em menos de dois anos, passou de 20% para 50% de participação.
Enquanto isso, a Intel enfrenta desafios internos, incluindo mudanças de liderança e atrasos na fabricação de seus chips Xeon, o que levou a empresa a um estado de estagnação, e seu atual CEO, Lip-Bu Tan, admite a perda de liderança no setor.
O Oportunismo da AMD
Apesar de a Intel ainda manter uma base de clientes sólida, sua defasagem em atender a novas demandas tecnológicas se torna uma preocupação crescente. O fracasso relativo de suas linhas Gaudi em comparação com concorrentes de IA intensificou essa sensação de estagnação. Neste vácuo, a AMD soube se posicionar com uma oferta robusta que alia desempenho, eficiência energética e capacidade de atender a demanda.
Uma Nova Era nos Centros de Dados
Analistas destacam que a transição para arquiteturas heterogêneas e novas cargas de trabalho baseadas em IA favorecem a AMD. Os novos processadores EPYC Venice e Verano prometem até 256 núcleos e suporte para memória DDR5 de 12.800 MT/s, atendendo diretamente as necessidades dos modernos centros de dados.
Além disso, a AMD não está sozinha nesta caminhada, contando com um ecossistema de aceleradores Instinct e parcerias crescentes com operadoras de nuvem, o que reforça sua posição como uma alternativa viável para arquiteturas de computação de alto desempenho.
O Futuro do Setor
A disputa pela liderança no mercado de servidores está longe de ser decidida. A Intel se prepara para sua nova arquitetura, mas o momentum claramente favorece a AMD. Com uma fatia significativa do mercado e novos produtos planejados até 2026, a questão agora não é se a AMD pode competir com a Intel, mas se alguém conseguirá alcançá-la.