O nível de consumo de sal no Caribe é alarmantemente elevado, chegando a ser duas vezes maior do que o limite recomendado pelas autoridades de saúde. Um relatório recente da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) revela que a alta ingestão de sódio está contribuindo para um aumento significativo de problemas cardiovasculares e outras doenças crônicas na região.
Diante desse cenário preocupante, as autoridades de saúde enfatizam a necessidade urgente de implantação de estratégias efetivas, como a redução obrigatória do teor de sódio nos alimentos, a implementação de rotulagem de advertência em produtos e a regulamentação na comercialização desses itens. O levantamento, que analisa dados sobre o consumo de sódio nos últimos dez anos, destaca que, em média, a população consome quase o dobro dos 5 gramas de sal por dia recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
As doenças não transmissíveis se tornaram a principal causa de morte nas Américas, e a ingestão excessiva de sódio é um dos fatores de risco mais críticos para o desenvolvimento de hipertensão e doenças cardiovasculares. Estima-se que cerca de 75% do sódio consumido na região vem de alimentos processados e ultraprocessados, como pães, cereais e queijos. Em Barbados, por exemplo, esses produtos representam 40,5% da ingestão calórica diária, enquanto em Trinidad e Tobago muitos produtos excedem os limites recomendados de sódio.
Além disso, nações como Argentina, Brasil, Chile e Colômbia também estão enfrentando altos níveis de consumo de sódio, com 75% da população dessas regiões ingerindo entre 3 e 6 gramas por dia. A Opas estabeleceu uma meta global que visa reduzir o consumo de sódio em 30% até 2025, um passo essencial para diminuir a mortalidade precoce por doenças não transmissíveis.
O diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas declarou que o excesso de sódio representa um desafio de saúde pública que demanda respostas imediatas e coordenadas. Apesar do progresso em algumas políticas regionais de redução, a implementação dessas medidas ainda é desigual. Um estudo mapeando as políticas de 34 países revelou que enquanto 70% possuíam recomendações para a redução do sal, apenas seis nações adotaram estratégias nacionais completas para enfrentar o problema.
Origem: Nações Unidas