O número de surtos e casos de cólera está em crescimento alarmante, conforme alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com um boletim que monitora a infecção entre 1 de janeiro e 27 de abril, foram registrados 157.035 casos em 26 países, resultando em 2.148 mortes. Angola ocupa a quarta posição nesta lista, com um total de 15.844 casos, superada apenas por Sudão do Sul, Afeganistão e República Democrática do Congo.
A África é o continente mais afetado, seguido pelo leste do Mediterrâneo e o sudeste da Ásia. Em abril, 37.147 novos casos foram reportados, representando um aumento de 5% em relação ao mês anterior, com 561 mortes associadas. A OMS ressalta a escassez de vacinas orais contra a cólera, que atualmente conta com 3,6 milhões de doses, um número insuficiente para situações de emergência, que deveriam ter pelo menos 5 milhões.
Fatores como deslocamentos em massa, conflitos, desastres naturais e mudanças climáticas têm contribuído significativamente para a intensificação dos surtos. Em resposta a essa crise, a OMS está intensificando suas campanhas de prevenção e resposta rápida, com parcerias visando reforçar o combate à doença. Equipes médicas de Portugal estão atuando em Angola, onde um Centro de Tratamento de Cólera foi estabelecido para gerir melhor as infecções. A OMS também enviou equipes para facilitar o acesso a soluções de reidratação e melhorar a qualidade do tratamento em comunidades angolanas, com materiais traduzidos para o português.
No último mês, Angola registrou 6.201 novos casos e 164 mortes, com a maioria dos surtos ocorrendo em Luanda e nas províncias de Bengo, Benguela e Cuanza Norte. Além de Angola, especialistas da OMS estão atuando em outros países como Haiti, Quênia e Moçambique, focando em vigilância e apoio em áreas críticas.
A OMS também prioriza programas de água, saneamento e higiene, conhecidos como Wash, para prevenir a propagação da doença. Recentemente, a agência organizou um webinar com mais de 150 representantes de Ministérios da Saúde de diversos países africanos, discutindo estratégias de tratamento decentralizado do cólera.
Origem: Nações Unidas