A indústria de semicondutores está vivendo uma revolução impulsionada pela inteligência artificial (IA) e pela crescente demanda por chips cada vez mais complexos. Segundo dados apresentados pela SEMI durante o Semicon Japan, as vendas globais de equipamentos para fabricação de semicondutores devem atingir um recorde histórico, prevendo um crescimento de 13,7% até 2025, totalizando impressionantes US$ 133 bilhões. As projeções indicam que essa trajetória ascendente continuará em 2026 e 2027, com expectativas de atingir US$ 145 bilhões e US$ 156 bilhões, respectivamente.
O foco da indústria já não está apenas em projetar chips maiores, mas sim em quantas ferramentas estão sendo instaladas nas fábricas e quão automatizadas elas se tornam. A renovação do parque industrial é impulsionada, em grande parte, pela necessidade de atender a demanda crescente por tipos específicos de chips, como aqueles utilizados em sistemas de IA, o que está levando a indústria a investir fortemente na modernização de suas linhas de produção.
Atualmente, a indústria está fazendo investimentos significativos em três frentes principais: a fabricação de equipamentos front-end, que envolve a produção de wafers, equipamentos de teste e embalagem, além da integração heterogênea dos chiplets, memória e aceleradores em um único produto. Essas áreas são vistas como cruciais para garantir o desempenho e a eficiência dos chips em um mercado cada vez mais competitivo.
Além da quantidade, um dado que merece destaque é o crescimento no setor de back-end. Os investimentos em equipamentos de teste devem crescer 48,1% até 2025, chegando a US$ 11,2 bilhões, e a fabricação de equipamentos de montagem e embalagem deve aumentar 19,6%, somando US$ 6,4 bilhões. Essa tendência destaca a importância de não apenas produzir mais chips, mas também de garantir que eles sejam testados e classificados com maior eficiência, o que se traduz em um salto na qualidade da produção.
No horizonte tecnológico, as previsões para 2026-2027 apontam para uma transição em direção a nós de 2 nm e o uso crescente de arquiteturas gate-all-around (GAA), além de uma consolidação da integração heterogênea como norma no design.
Contudo, o crescimento do setor não pode ser discutido sem considerar o contexto geopolítico. A demanda por equipamentos está fortemente influenciada por estratégias nacionais e objetivos de autosuficiência, especialmente em um cenário onde a competitividade tecnológica se torna uma questão de segurança nacional. Neste ambiente, a compra de equipamentos para fábricas de semicondutores não é apenas uma decisão de negócios, mas uma escolha estratégica que pode determinar quais países e empresas terão a capacidade de fabricar tecnologia crítica no futuro.
No geral, a indústria de semicondutores está não apenas em expansão, mas também se reconfigurando para lidar com as complexidades de um mercado em rápida evolução, onde cada decisão de investimento é crucial para o sucesso a longo prazo.




