O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, abriu a Terceira Conferência da ONU sobre Países em Desenvolvimento Sem Litoral (LLDC3) nesta terça-feira em Awaza, Turcomenistão, enfatizando a necessidade de romper barreiras e restaurar a equidade no desenvolvimento global. Durante seu discurso, Guterres instou os líderes mundiais a reconsiderar o desenvolvimento dessas nações, afirmando que “a geografia nunca deve definir o destino”.
Atualmente, existem 32 países em desenvolvimento sem litoral, com 16 na África, 10 na Ásia, quatro na Europa e dois na América Latina, representando mais de 500 milhões de pessoas. O secretário-geral destacou os “desafios assustadores” que esses países enfrentam, como barreiras comerciais severas, altos custos de transporte e acesso limitado a mercados globais. A dívida acumulada por essas nações atingiu “níveis perigosos e insustentáveis”, contribuindo para a marginalização. Apesar de representar 7% da população mundial, esses países concentram pouco mais de 1% da produção econômica global.
A conferência, que se estenderá até sexta-feira, tem o objetivo de encontrar soluções para reverter esse cenário e foi estabelecida para ser um novo compromisso global em prol do desenvolvimento dos países mais vulneráveis. Guterres delineou quatro prioridades: acelerar a diversificação econômica, fortalecer o comércio e a conectividade regional, promover ação climática e mobilizar financiamento e parcerias.
Ao falar com jornalistas, Guterres destacou que a conferência também simboliza uma nova era de cooperação em toda a Ásia Central, fundamentada na confiança mútua e solidariedade regional, afirmando que, em tempos de incerteza na cooperação multilateral, essa parceria é mais crucial do que nunca. O evento prossegue com mesas redondas sobre temas como conectividade, cooperação Sul-Sul e engajamento juvenil.
Origem: Nações Unidas