O crescimento exponencial da inteligência artificial demanda investimentos multimilionários em infraestruturas elétricas e centros de dados, alerta Goldman Sachs. A revolução da IA não apenas transforma a tecnologia, mas também o consumo global de energia, trazendo desafios significativos para o setor.
De acordo com um relatório do banco, a demanda de energia dos centros de dados, que atualmente consomem aproximadamente 55 Gigawatts no mundo, deve crescer 165% até 2030, levando a um aumento projetado para 122 Gigawatts. Este crescimento será impulsionado principalmente pelo uso da IA, que deve representar 27% do consumo total de energia desses centros até 2027.
Grandes empresas de tecnologia, como AWS, Microsoft e Meta, já estão investindo fortemente em suas infraestruturas. Somente em 2024, a AWS aplicou 75 bilhões de dólares, enquanto a Microsoft planeja investir 80 bilhões em 2025 e a Meta alocará 60 bilhões. Essas melhorias visam aumentar não apenas a capacidade, mas também a eficiência energética, especialmente dos sistemas de refrigeração, que consomem entre 35% e 40% da energia total utilizada.
Além disso, a pressão sobre as redes elétricas globais também está crescendo. Goldman Sachs estimou que seriam necessários 720 bilhões de dólares em investimentos para expandir a capacidade da rede e assegurar um suprimento estável até 2030. Este problema é ainda mais crítico na Europa, onde as solicitações de conexão à rede elétrica aumentaram consideravelmente, podendo a demanda de energia no continente crescer entre 10% e 15% na próxima década.
Embora uma tensão entre oferta e demanda deva surgir em um futuro próximo, com taxas de ocupação de centros de dados ultrapassando 95% até 2026, o cenário deverá se amenizar a partir de 2027, com o início da operação de novas instalações e avanços em IA mais eficientes em termos energéticos.
O relatório não só sinaliza os riscos associados a esse crescimento acelerado, mas também as oportunidades de investimento para grandes provedores de infraestrutura em nuvem, operadores de centros de dados e empresas de serviços públicos. A capacidade dessas empresas de atender à demanda crescente será crucial para o futuro do setor.
Em resumo, a revolução da inteligência artificial está criando um impacto significativo no panorama energético mundial, exigindo estratégias inovadoras e enormes investimentos para sustentar um crescimento sustentável nos próximos anos.