Na quarta-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas recebeu a coordenadora da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio, Sigrid Kaag, que discutiu a crise em Gaza e na Cisjordânia. Em sua fala, Kaag enfatizou que a paz genuína na região requer uma solução duradoura para o conflito israelense-palestino, que culminaria na criação de dois Estados coexistindo pacificamente.
Kaag fez um apelo urgente por “vontade política e decisões ousadas” para enfrentar um “passado não resolvido”. Ela alertou que a proposta de dois Estados está ameaçada e precisa ser revitalizada, instando os membros do Conselho a adotarem “coragem em vez de cautela, justiça em vez de inércia e paz em vez de política”.
A representante da ONU destacou que é necessário fazer a transição da simples gestão do conflito para a sua resolução definitiva, apoiada por um consenso internacional sólido, ao invés de acordos temporários. A conferência internacional de alto nível prevista para junho, copresidida pela França e Arábia Saudita, foi citada como uma “oportunidade crucial” para endereçar a ocupação do Território Palestino e a realização da solução de dois Estados.
Kaag pontuou que a segurança duradoura não pode ser garantida apenas por meio da força, mas deve ser construída sobre “reconhecimento mútuo, justiça e direitos de todos”. Ela reafirmou o direito de Israel a viver em segurança e paz, ressaltando que a segurança de Israel foi significativamente comprometida pelos ataques terroristas do Hamas e outros grupos armados.
Além disso, Kaag pediu ao Hamas que encerrasse os ataques com foguetes e libertasse todos os reféns sem condições. Ela também trouxe à tona a deterioração da situação humanitária em Gaza, mencionando que os civis palestinos têm sido alvo de ataques contínuos e estão sendo privados de assistência essencial. O acesso à ajuda humanitária, segundo ela, precisa ser facilitado.
Por outro lado, incidentes recentes em um novo centro de distribuição de ajuda resultaram em ferimentos a dezenas de palestinos, demonstrando a fragilidade da situação no território. O chefe do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Ajith Sunghay, que relatou os ferimentos, também descreveu a gravidade da crise humanitária em Gaza, com condições de vida insuportáveis, incluindo mortes de civis e deslocamentos em massa.
De acordo com dados do Unicef, os efeitos da guerra em Gaza já causaram a morte ou ferimentos a mais de 50 mil crianças, ilustrando a urgência de uma solução que coloque fim ao sofrimento da população civil. A coordenadora Kaag, ao concluir sua fala, reiterou que a proteção e o futuro dos palestinos em Gaza precisam ser renovados, longe da condição de mera sobrevivência.
Origem: Nações Unidas