Nos últimos dias, cerca de 400 caminhões foram autorizados a entrar em Gaza pela passagem de Kerem Shalom, no entanto, apenas 115 conseguiram completar a entrega dos suprimentos. O secretário-geral da ONU, António Guterres, informou que a organização conseguiu distribuir quantidades limitadas de farinha de trigo, alimentos para bebês, suplementos nutricionais e medicamentos, mas ainda é insuficiente para atender a todas as necessidades da população.
Guterres ressaltou que a ajuda liberada, após um longo período de bloqueio, representa “apenas uma colher de chá” em meio à imensa necessidade. O líder da ONU criticou as imposições de cotas rigorosas e os atrasos nas entregas, classificando os obstáculos como “chocantes”. Itens essenciais, como combustível e kits de purificação de água, permanecem proibidos, e nenhuma ajuda chegou à parte norte do território, que se encontra sob cerco.
Ele enfatizou que os palestinos enfrentam “a fase mais cruel de um conflito cruel”, não apenas devido à falta de auxílio humanitário, mas também pela intensificação da ofensiva militar israelense, resultando em altos níveis de morte e destruição. Guterres lembrou que Israel tem obrigações claras sob o direito internacional humanitário e solicitou que garantisse a segurança dos comboios de assistência.
Em um incidente marcado pela crescente insegurança, 15 caminhões do Programa Mundial de Alimentos foram saqueados enquanto transportavam alimentos. A agência denuncia que a mistura de fome e desespero está elevando a insegurança na região, tornando incerta a continuação da distribuição de alimentos.
Embora algumas padarias estejam operando, a quantidade de alimento disponível ainda não é suficiente para interromper a escassez. O WFP pediu que as autoridades israelenses aumentem a quantidade de assistência alimentar disponível e melhorem a segurança nas rotas de transporte. A distribuição direta de cestas básicas ainda está proibida, enquanto mais de 130 mil toneladas de alimentos estão prontas para entrega nas fronteiras.
Atualmente, 81% de Gaza está sob controle militar, com mais de 160 mil pessoas forçadas a se deslocar em busca de segurança. A situação humanitária se agrava, e a falta de acesso a suprimentos e abrigo seguro continua a ser uma preocupação urgente para a comunidade internacional.
Origem: Nações Unidas