A Assembleia Mundial de Saúde foi inaugurada nesta segunda-feira em Genebra, gerando grande expectativa em torno da adoção do Acordo Pandêmico. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, afirmou que a eventual confirmação do acordo será um “momento histórico”. O objetivo do acordo é assegurar que o mundo esteja mais preparado para enfrentar futuras pandemias, evitando as desigualdades e falhas observadas durante a crise da Covid-19.
Durante sua fala, Tedros elogiou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Brasil, reconhecendo seu papel crucial na luta contra pandemias e parabenizando a instituição pelo seu 125º aniversário. A Fiocruz é uma das líderes em um Consórcio Colaborativo de Pesquisa Aberta criado pela OMS, que se dedica ao estudo de patógenos com potencial pandêmico, reunindo mais de 5 mil cientistas.
Além disso, a OMS está promovendo a Rede Internacional de Vigilância de Patógenos, com participação de 350 organizações em 100 países. O acordo prevê ainda a criação de um Sistema de Acesso a Patógenos e Compartilhamento de Benefícios, bem como incentivos regionais para diversificação na produção de vacinas e medicamentos.
Tedros destacou que, após chegar a um consenso sobre o texto do acordo em abril, a sala de negociações estava cheia de emoções. Este acordo seria o segundo vinculante da OMS, seguindo a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, que já reduziu a prevalência do tabagismo globalmente.
Em meio a debates sobre saúde global, a assembleia também abordará temas como mudanças climáticas, saúde materna, doenças crônicas e a necessidade de cobertura universal em saúde. Não obstante, Tedros alertou sobre a atual crise de financiamento da OMS, que resultou em cortes significativos, reduzindo o número de departamentos de 76 para 34.
Na assembleia, os países discutirão um orçamento de US$ 4,2 bilhões para 2026-2027, 21% menor que o esperado inicialmente. Tedros enfatizou que o montante disponível é modesto em comparação ao que é despendido em defesa nacional, e sublinhou a importância de destinar mais recursos para proteção contra pandemias, comparando os prejuízos económicos da Covid-19, estimados em US$ 10 trilhões, aos custos de guerras mais tradicionais.
Origem: Nações Unidas