O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, alertou que a comunidade internacional está falhando em proteger os direitos das pessoas com deficiência. Durante uma reunião no Conselho de Direitos Humanos, ele enfatizou a necessidade de cumprir a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que afirma que todos nascem iguais. Turk destacou que, em todas as regiões do mundo, as pessoas com deficiência enfrentam discriminação e rejeição, com um impacto mais profundo em mulheres e meninas, que são frequentemente subvalorizadas e excluídas.
A relatora especial sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, Heba Hagrass, acrescentou que o progresso em direção à plena inclusão e respeito aos direitos dessas pessoas retrocedeu 14% em relação às metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O Relatório de Deficiência e Desenvolvimento de 2024 revelou que apenas 30% das ações implementadas geraram mudanças significativas, evidenciando um desafio persistente.
Hagrass também alertou para a situação alarmante que mulheres e meninas com deficiência enfrentam, mencionando a discriminação agravada, sub-representação em educação e emprego, e o aumento do risco de violência e abuso, incluindo a violência sexual.
Outro ponto levantado por Turk foi a questão da tecnologia assistiva, que muitas vezes é desenhada por e para homens, resultando em produtos inadequados para o corpo feminino. Ele também criticou tecnologias, como softwares de reconhecimento facial, que falham em reconhecer as “barreiras sociais extremas” que pessoas com diferenças faciais enfrentam, dificultando o acesso a serviços essenciais como bancários e documentações.
Conforme indicado por uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde, apenas 10% das pessoas com deficiência têm acesso à tecnologia apropriada. Com isso, os desafios enfrentados por essa população continuam a serem uma preocupação para defensores dos direitos humanos em nível global.
Origem: Nações Unidas