Um levantamento recente da Agência Internacional para Migrações (OIM) revela que uma em cada cinco pessoas deslocadas pela guerra na Síria está vivendo em abrigos improvisados ou enfrenta condições precárias. A situação é mais crítica nas cidades de Idlib, Alepo e Hama, onde o quadro humanitário permanece alarmante. Este é o primeiro relatório sobre o tema desde 2022, e os dados indicam que 28% dos sírios que retornaram estão residindo em prédios danificados ou inacabados.
A diretora da OIM, Amy Pope, enfatiza que a Síria continua a ser o epicentro de uma grande crise humanitária, com necessidades imensas que requerem atenção urgente. O relatório foi produzido pela Matriz de Monitoramento de Deslocados (DTM, na sigla em inglês), e reflete a situação atual do país após mais de uma década de conflito.
Em um cenário em constante mudança, a OIM está restabelecendo sua presença em Damasco, capital síria, após a recente mudança de regime. Com isso, a agência pode retomar parcerias e aprimorar sua assistência em questões relacionadas à mobilidade das pessoas. Desde meados de dezembro de 2024, os dados mostram um declínio notável nos deslocamentos internos, o que pode indicar uma estabilização gradual na região.
Os retornos de sírios ao país se intensificaram em janeiro, após a queda do governo de Bashar al-Assad. Desde o início do ano, 571.388 pessoas já retornaram à Síria, sendo que mais da metade desse total voltou de países como Líbano (50%), Turquia (22%) e Iraque (13%). Para apoiar essa população vulnerável, a OIM expandiu suas operações no país e pretende auxiliar mais de 1,1 milhão de pessoas na primeira metade de 2025. Em janeiro, a agência lançou um apelo de US$ 73,2 milhões para financiar suas iniciativas humanitárias.
Origem: Nações Unidas