Em um novo relatório sobre a situação das crianças em Portugal, dados de 2024 revelam um aumento alarmante na proporção de crianças vivendo em agregados familiares em privações materiais e sociais. O número subiu para 11,3%, comparado a 10,7% em 2021, destacando uma preocupação crescente em relação ao bem-estar infantil no país. Este índice é ligeiramente superior à média da população em geral, que é de 11,0%.
A situação se agrava quando se observa a taxa de privação material e social severa, que está em 5,0% entre as crianças, em contraste aos 4,3% da população geral. Este cenário sugere que as crianças estão enfrentando desafios mais intensos em relação ao acesso a recursos básicos.
O relatório também aponta que o nível de escolaridade dos pais desempenha um papel crucial na situação das crianças. A privação material e social é significativamente menor nas famílias onde pelo menos um dos progenitores tem ensino superior, caindo de 55,5% em lares onde ambos os pais possuem apenas o ensino básico para 18,5% quando ao menos um tem formação superior. Essa correlação indica que a educação dos pais é um fator determinante na capacidade de assegurar um ambiente saudável e estável para os filhos.
Além disso, a pesquisa revela um aumento na proporção de crianças que vivem em lares sem recursos para custear férias anuais. Em 2024, esse percentual atingiu 20,6%, em relação aos 15,5% registrados em 2021. Essa mudança pode refletir o impacto econômico crescente nas famílias, dificultando o acesso a oportunidades de lazer e descanso, fundamentais para o desenvolvimento saudável das crianças.
Por fim, o relatório destaca a dificuldade que algumas crianças enfrentam em obter cuidados médicos adequados. Em 2024, 1,8% das crianças não conseguiram atendimento para problemas de saúde não dentários, e 3,6% enfrentaram a mesma situação em relação aos cuidados dentários, sinalizando uma preocupação com o acesso à saúde no grupo infantil. Esses dados reforçam a necessidade de políticas públicas mais eficazes para enfrentar as desigualdades que afetam as crianças em Portugal.
Origem: Instituto Nacional de Estatística