O lince ibérico (Lynx pardinus) é um dos felinos mais ameaçados do mundo, com uma alta proporção de suas populações encontradas em áreas de caça gerenciadas para a perdiz vermelha (Alectoris rufa) e o coelho selvagem (Oryctolagus cuniculus), ambas espécies cinegéticas de alto valor socioeconômico e o último sendo uma presa-chave para esse mamífero carnívoro. Um estudo realizado em Portugal, com a participação da Fundação Artemisan, procurou verificar o impacto da presença dos linces ibéricos nas taxas de biodiversidade dessas espécies cinegéticas. O relatório conclui que o lince ibérico é um aliado dos caçadores, mantendo densidades elevadas de perdizes e coelhos nos cotos de caça, sem afetar suas práticas de gestão.
A recuperação do lince ibérico tem sido evidente nos últimos anos, passando de apenas 200 exemplares para mais de 2000 na atualidade, com presença em várias regiões da Península Ibérica. A Fundação Artemisan destaca a presença do lince como espécie reprodutora em diversas regiões de Portugal e Espanha, ressaltando que a maioria das populações de linces está nos cotos de caça devido à abundância de conejos, sua principal fonte de alimento. O estudo realizado em Portugal mostrou que a presença de linces em cotos de caça resultou em abundâncias significativas de perdizes e coelhos, demonstrando que os linces atuam como aliados na manutenção da fauna selvagem e no controle de predadores, sem interferir nas práticas de gestão tradicionais dos caçadores.