Em 2024, a pobreza energética na União Europeia atingiu níveis alarmantes, afetando mais de 47 milhões de pessoas que não conseguem aquecer adequadamente suas casas. Este aumento expressivo em relação a 2021, quando 31 milhões viviam nessa situação, revela um problema crescente de insegurança energética no continente. Portugal está entre os países mais impactados, contabilizando 2,2 milhões de habitantes sem acesso a aquecimento adequado, aumentando os riscos de problemas de saúde relacionados às baixas temperaturas.
Um relatório recente destacou que mais de 10% da população europeia, incluindo países como Noruega e Suíça, que não pertencem à UE, enfrenta dificuldades para se manter aquecida. Os dados do Eurostat, de setembro de 2024, colocam Portugal como o Estado-membro com a maior taxa de pobreza energética da UE, em 20,8%, um cenário que se iguala ao da Espanha. Essa realidade evidencia uma preocupação crescente sobre o bem-estar dos cidadãos, especialmente em um país conhecido por seu clima ameno.
Especialistas alertam que a exposição ao frio pode ter consequências graves para a saúde, e não se limita a temperaturas extremas. Ana Monteiro, professora na Universidade do Porto, afirma que a mortalidade relacionada ao frio já foi observada em temperaturas que, aparentemente, não justificariam esse risco. A resposta natural do corpo à vasoconstrição, segundo o fisiologista Boris Kingma, pode tornar-se prejudicial em populações vulneráveis, aumentando a dificuldade de circulação sanguínea e elevando os riscos à saúde. A crise da pobreza energética coloca em evidência a necessidade urgente de políticas eficazes para garantir o acesso ao aquecimento e a proteção dos cidadãos mais necessitados.
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