A China avança em tecnologia de memória flash com novos objetivos ambiciosos
A Yangtze Memory Technologies Co. (YMTC), principal fabricante chinês de memória NAND, está intensificando sua busca por autonomia tecnológica em meio a crescentes restrições comerciais dos Estados Unidos. A empresa, listada entre as entidades restritas pelo Departamento de Comércio dos EUA desde dezembro de 2022, planeja iniciar a produção piloto de uma linha de fabricação totalmente equipada com ferramentas chinesas na segunda metade de 2025, conforme relata a DigiTimes.
Apesar das limitações no acesso a equipamentos avançados de litografia e processamento, a YMTC estabelece metas arrojadas, visando uma capacidade de produção de 150.000 obleas por mês até o final do ano e a conquista de 15% do mercado global de memórias NAND até 2026.
Desafio e Oportunidade com Ferramentas Nacionais
A nova linha de produção, que usará exclusivamente ferramentas desenvolvidas na China, é considerada um teste crucial para avaliar a competitividade da indústria chinesa em relação a líderes do setor como ASML e Applied Materials. Embora empresas como AMEC e Naura tenham avançado no desenvolvimento de tecnologias de fabricação, a dependência da litografia estrangeira continua a ser um obstáculo significativo.
Atualmente, a YMTC lidera o processo de localização de ferramentas, já substituindo cerca de 45% de suas máquinas por equipamentos fabricados na China, superando concorrentes como Hua Hong e CXMT.
Produção de Chips de Última Geração
A empresa já produz em massa o chip X4-9070, uma memória 3D TLC NAND com 294 camadas ativas, e espera lançar, ainda este ano, sua versão QLC. Em 2026, a expectativa é introduzir chips de 2 TB, disputando mais diretamente com gigantes como Samsung e Micron, utilizando técnicas inovadoras como o empilhamento de camadas NAND.
Cenário Ambicioso com Desafios Potenciais
Embora a jornada da YMTC seja promissora, analistas apontam que a meta de 15% do mercado global em 2026 é bastante otimista. Desafios técnicos relacionados à eficiência e consistência da produção com ferramentas locais ainda são preocupantes.
“Nossa nova linha de produção é uma prova de conceito. Se bem-sucedida, pode ser ampliada, mas não há garantias de eficiência comparável aos concorrentes”, alerta um especialista.
Corrida Contra o Tempo e as Restrições
Enquanto fabricantes internacionais enfrentam redução na produção, a YMTC avança, prevendo um crescimento superior à média global. O caso da YMTC simboliza parte da intensa disputa tecnológica entre China e Estados Unidos, com implicações que vão além do mercado de memórias, tocando o futuro das infraestruturas digitais globais. O sucesso ou fracasso de sua linha de produção "made in China" pode determinar esse panorama competitivo.