Moçambique enfrenta um cenário alarmante caracterizado por conflitos internos, desastres climáticos e uma acentuada deterioração econômica, conforme revelado após a recente visita de altos funcionários humanitários das Nações Unidas ao país. A secretária-geral adjunta para Assuntos Humanitários, Joyce Msuya, e o diretor executivo adjunto do Programa Mundial de Alimentos, Carl Skau, se reuniram com diversas autoridades e parceiros humanitários para discutir a crise em curso, que deixou milhões de moçambicanos em estado de vulnerabilidade aguda.
Os dados apontam que mais de 1 milhão de pessoas foram afetadas por violências e ciclones, resultando em uma demanda crescente por assistência alimentar emergencial. A escalada da violência no norte do país forçou 715 mil pessoas a deixarem suas casas, enquanto os ciclones Chido e Dikeledi impactaram diretamente 680 mil. Essa combinação de fatores tem exacerbado uma crisis humanitária que, segundo as avaliações, requer ações imediatas e robustas para atender as necessidades das populações mais afetadas.
Durante a visita a Cabo Delgado, Msuya e Skau encontraram-se com comunidades que sofrem com a perda de serviços essenciais e infraestrutura devido aos conflitos e desastres naturais. As prioridades identificadas nas reuniões incluem a busca por uma paz duradoura, soluções habitacionais permanentes e acesso à educação, especialmente para crianças. O local de distribuição de alimentos em Mecufi, que atende 5,3 mil pessoas, exemplifica a necessidade urgente de apoio estrutural no contexto de recuperação pós-ciclone.
Entretanto, a situação financeira é preocupante: apenas 3% da meta de financiamento de US$ 619 milhões para 2025 foi alcançada até o momento. O WFP, por sua vez, necessita urgentemente de US$ 170 milhões para garantir assistência vital nos próximos seis meses, a fim de evitar uma crise de fome generalizada. Msuya enfatizou a necessidade de um aumento no apoio internacional, ressaltando que o financiamento humanitário global enfrenta pressões sem precedentes e que é crucial que a comunidade internacional não abandone Moçambique em um momento tão crítico.
Origem: Nações Unidas