As Nações Unidas lançaram um novo relatório, chamado “Ajude-nos a viver com dignidade, não apenas a sobreviver”, que aborda o alarmante aumento da violência sexual relacionada a conflitos. Segundo a ONU, em 2022, aproximadamente 4,6 mil pessoas foram vítimas desse tipo de crime, marcando um crescimento de 25% em comparação a 2021.
O 16º Relatório Anual do Secretário-Geral das Nações Unidas destaca que os números apresentados ainda não refletem plenamente a gravidade e a extensão da violência sexual em contextos de guerra. Entre os países mais afetados estão a República Democrática do Congo, o Haiti, a República Centro-Africana, a Somália e o Sudão do Sul. Moçambique, a única nação de língua portuguesa mencionada, também enfrenta desafios significativos, com mulheres e meninas deslocadas e refugiadas enfrentando altos índices de violência sexual.
Além disso, o relatório revela que a violência sexual ocorre frequentemente em ambientes de detenção, tanto formais quanto informais, onde se registram casos de tortura e humilhação. Embora muitos dos alvos sejam homens e meninos, as mulheres e meninas também estão em risco constante. Grupos armados utilizam esses atos como uma estratégia para consolidar o controle sobre territórios e recursos naturais, além de promover ideologias extremistas.
O documento menciona ainda o deslocamento em massa e a insegurança alimentar como fatores que aumentam a vulnerabilidade de mulheres e meninas. Casos de sequestros e tráfico humano para exploração sexual, muitas vezes realizados por grupos terroristas, são outras tendências alarmantes identificadas.
Pela primeira vez, o relatório inclui um apêndice solicitando que várias partes compartilhem dados para auxiliar em futuras investigações sobre a violência sexual. Essa iniciativa visa enfrentar a falta de acesso a áreas afetadas por conflitos, como a região da Palestina e partes da Ucrânia. Os autores do relatório enfatizam que, nestes contextos, a verificação de padrões e tendências de violência sexual enfrenta sérios desafios.
Origem: Nações Unidas