Até 1,3 milhão de deslocados internos retornaram ao Sudão, buscando abrigo em áreas devastadas pela crise do conflito. O retorno ocorre em meio a um cenário marcado pela destruição de comunidades, colapso de serviços e insegurança generalizada. Organizações como o Fundo Central de Resposta a Emergências da ONU e o Fundo Humanitário do Sudão têm alertado sobre a deterioração das condições de vida e a crescente necessidade de apoio.
Em El Fasher, no estado de Darfur do Norte, a situação é alarmante. A comunidade humanitária pede um cessar-fogo humanitário para facilitar o acesso a ajuda de emergência e a reintegração completa das Nações Unidas na região. O Escritório de Assistência Humanitária (Ocha) destaca que a insegurança, doenças, fome e inundações intensificam as necessidades da população local.
Confrontos frequentes entre grupos armados resultam em instabilidades, com civis sofrendo as consequências diretas. Os relatos de bombardeios e a proibição de acesso a determinadas áreas têm isolado muitas famílias, transformando a cidade em um dos centros urbanos mais vulneráveis. Ao mesmo tempo, a cólera se espalha rapidamente, somando mais de 3,6 mil casos em Darfur do Norte e mais de 1,2 mil suspeitas no Sul, com um total de 69 mortes.
Entidades da ONU alertam que a subnotificação pode ocultar a real extensão do surto, agravado pela falta de acesso a água potável e serviços médicos. As taxas de desnutrição estão em níveis alarmantes, alcançando 34% em Mellit e quase 30% em At Tawaisha. A ajuda humanitária é essencial, e a criação de centros de estabilização nas áreas mais afetadas depende urgentemente de financiamento.
O Ocha enfatiza a necessidade de que todas as partes permitam o acesso a ajuda humanitária em todo o Sudão e que os doadores atuem com urgência para enfrentar a crescente crise.
Origem: Nações Unidas