O Fórum de Soluções para o Desenvolvimento Social deu início à sua primeira jornada em Doha, capital do Catar, reunindo líderes da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza em uma discussão que busca enfrentar algumas das crises mais prementes do mundo. O evento, que acontece à margem da Segunda Cimeira Mundial para o Desenvolvimento Social, conta com a participação de representantes de governos, sociedade civil e parceiros internacionais.
A presidente da Assembleia Geral da ONU, Annalena Baerbock, ressaltou a importância de passar da observação das questões sociais para a implementação de soluções eficazes. Durante a abertura do evento, Baerbock enfatizou que, frequentemente, o que falta para solucionar problemas globais é a disposição para agir. Ela destacou a necessidade de evitar as armadilhas da inação e da falta de clareza nas soluções.
O Fórum, organizado pelo Catar e pela França com o apoio do Departamento da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, centra suas discussões em políticas que geram impacto positivo na erradicação da pobreza, promoção de trabalho digno e inclusão social. Exemplos de iniciativas bem-sucedidas foram apresentados, como um programa em Serra Leoa que oferece suporte a pessoas com deficiência e um centro de inovação em Sri Lanka que reinveste em capacitação para jovens.
A vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, reforçou a necessidade de transformação dos compromissos em ações concretas. Ela mencionou a Declaração Política de Doha, que será adotada na cúpula, pedindo contratos sociais mais justos e inclusivos, adequados às realidades contemporâneas.
A reunião também abordou a crise global da fome, com Baerbock destacando que a escassez de alimentos não é o principal problema, mas sim a desigualdade e as decisões políticas. Com mais de 670 milhões de pessoas em situação de fome e 2,3 bilhões enfrentando insegurança alimentar, a urgência de ação é palpável.
Baerbock chamou a atenção para o papel das mudanças climáticas na intensificação da insegurança alimentar, mencionando a devastação das terras agrícolas, especialmente na região do Sahel. Ela alertou para o potencial de 1,8 bilhão de pessoas serem afetadas pela fome devido ao aquecimento global descontrolado.
A Aliança Global, iniciada sob a presidência do Brasil no G20 em 2024, reúne hoje quase 200 membros e visa fortalecer esforços coordenados para proteger os meios de subsistência rurais e fomentar uma agricultura resiliente às mudanças climáticas, reafirmando a necessidade de ação coletiva para enfrentar os desafios contemporâneos.
Origem: Nações Unidas
			
                                



							

