Neste 6 de fevereiro, em comemoração ao Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou a gravidade dessa prática, que afeta mulheres e meninas em pelo menos 92 países. Guterres descreveu a mutilação genital feminina como uma das manifestações mais severas da desigualdade de gênero, resultando em danos físicos e psicológicos significativos, além de perigos à saúde que podem ser fatais.
O tema deste ano, “Aumentando o passo: fortalecendo alianças e construindo movimentos para erradicar a mutilação genital feminina”, foca na importância das parcerias na luta contra essa violação dos direitos humanos. A ONU considera essa prática uma violação direta da dignidade, saúde e autonomia femininas, com mais de 4,4 milhões de garotas em risco de serem submetidas a essa violência em 2023. Atualmente, cerca de 230 milhões de mulheres sobrevivem com as consequências desse problema.
Guterres ressaltou a urgência de erradicar essa prática e propôs a formação de alianças entre governos, organizações comunitárias e sobreviventes, com o objetivo de eliminar a mutilação genital até 2030. No ano passado, os Estados membros da ONU assumiram o compromisso, através do Pacto para o Futuro, de acabar com essa prática, combatendo as normas sociais prejudiciais e a discriminação de gênero.
As estimativas apontam que, caso não haja intervenção, mais 27 milhões de meninas e mulheres estarão sob risco de mutilação genital nos próximos cinco anos. O Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), em colaboração com o UNICEF, já lançou iniciativas em 2008 para enfrentar esta grave questão, mas o esforço contínuo e a mobilização da sociedade são essenciais para a mudança.
Origem: Nações Unidas